sexta-feira, 19 de agosto de 2011

EX- GENRO MATA EX-SOGRA POR VINGANÇA


ANA PAULA, filha de Aparecida e irmã de Taís

No cair da noite do dia 17 de julho, Aparecida de Fátima da Silva, 41 anos, residente em um sítio entre o bairro São Diniz e a Escola do IDAIC na zona rural de Cataguases, foi assassinada com cerca de 40 facadas sendo que 17 foram perfurações extremamente profundas. O autor, seu ex-genro Reinaldo Sabino da Silva Junior, ficou de tocaia na propriedade da vítima esperando que ela voltasse da casa da filha Ana Paula da Silva Dias, que morava em um sítio ao lado da sua mãe. Segundo Ana Paula em sua entrevista ao nosso jornal, Reinaldo fora casado durante dois anos com sua irmã Taís da Silva Dias com quem tivera uma filha.

O casamento e a demora da justiça

De acordo com Ana Paula, sua irmã Taís viveu com Reinaldo uma união tumultuada, marcada por ameaças e violência física. O Agressor chegou a bater na esposa dentro da própria casa dos pais dela. Numa destas vezes tentou matar o pai da esposa que é paraplégico, não conseguindo graças à interferência dos visinhos. Depois de separados o próprio pai do autor já teria ido à casa da vítima, para impedir que atentasse contra a vida da ex- mulher, a própria vida da filha do casal foi colocada em risco e ficou sob a guarda dos padrinhos, explicou Ana Paula. Todas as agressões e ameaças acontecidas durante e fora do casamento foram levadas ao conhecimento das autoridades onde a ocorrência dos fatos foi registrada. O autor prestava depoimento, era solto e nenhuma medida mais séria era tomada até que o caso acabou em tragédia.

A separação

De acordo Ana Paula, ao se separar do marido teve que ir para a cidade de Ubá e viver na casa de parentes, por achar que assim sua família estaria protegida da agressividade do ex-marido. O que causou o rompimento do relacionamento de Taís e Reginaldo foi a violência do mesmo para com ela e sua família, porém o autor culpava os familiares de Tais pela separação, pois em todo tempo os familiares precisaram protegê-la desse relacionamento do qual ela era vítima de agressões e ameaças.

A tocaia e a vingança fria

Naquele final de semana, Taís veio visitar os pais e o ex-marido cultivou a expectativa de convencê-la a voltar com o relacionamento, diante de sua negativa e sabendo que os familiares eram contra resolveu se vingar.
Na tarde do dia 17 (domingo), Reinaldo ficou de tocaia perto do sítio onde a ex-sogra residia e ao anoitecer colocou em prática seu plano de vingança. Esperou Aparecida de Fátima sair da casa as filha sozinha e pulou em sua frente. O autor imobilizou e arrastou Aparecida para o sítio ao lado e debaixo de uma mangueira entre luta corporal e pedidos de socorro, ela foi assassinada covardemente pelo ex-genro com cerca de quarenta facadas. “Se a Lei Maria da Penha fosse aplicada como deveria ser minha mãe estaria viva,” desabafa Ana Paula.


Nossa Opinião
Lei tem sair da gaveta e sociedade da inércia


Mesmo com todas as campanhas e movimentos de combate a violência contra a mulher no Brasil, as mudanças proposta da Lei Maria da Penha, no sentido de prevenir e punir esse tipo de violência, ela continua imperando e nada de real têm sido feito para proteger as mulheres vítima da ameaça e da violência. Em Cataguases o descaso para com o problema e revoltante. A situação das mulheres é a pior possível. As políticas de proteção à mulher são de fachada, o atendimento às vítimas da violência é precário e indigno. E o cenário estabelecido na cidade é de violência contra a mulher, impunidade aos agressores, que levam as agressões psicológicas e físicas a assassinatos cruéis.
Até quando iremos tolerar tanto descasos com nossa dignidade? Até quando vamos ficar esperando que outras pessoas defendam nossos direitos? Porque a questão da mulher tem que continuar em segundo plano? Quando iremos lutar pela nossa dignidade profissional, salarial, por nossos direitos de proteção e principalmente pelos nossos direitos políticos? Se as mulheres não se mobilizarem, muitas continuarão sendo discriminadas, ameaçadas e morrendo. O que estamos esperando para partir para a luta, fazer movimentos e pressionar as autoridades para que nos ofereçam um atendimento digno? É hora de dar um basta.

Rose Amaral

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